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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Efeito da restrição calórica e das estatinas no processo de transferência de colesterol para HDL em mulheres com doença arterial coronária precoce.

Dalila Pinheiro Leal, Thauany Martins Tavoni, Karen Lika Kuwabara, Nathalia Ferreira de Oliveira Faria, José Rafael de Oliveira Nascimento, Luiz Antonio Machado César, Celia Maria Cassaro Strunz, Raul Cavalcante Maranhão, Antonio de Padua Mansur
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Pacientes com doença arterial coronária (DAC) precoce apresentam taxas reduzidas de transferência de colesterol para HDL-colesterol, independente dos seus níveis séricos. Os efeitos do tratamento com estatina e restrição calórica nas propriedades antiaterogênicas da HDL, que são importantes na prevenção da DAC, são pouco descritos.Objetivo: Avaliar o efeito da restrição calórica associada ou não ao uso de estatina na transferência de colesterol para HDL.

Métodos: Estudo randomizado com 26 mulheres, idade ≤55 anos e DAC diagnosticada angiograficamente. As pacientes foram alocadas em dois grupos: grupo de restrição calórica (RC) (n = 13), dieta com redução de 30% da ingestão calórica diária habitual, e grupo RC mais atorvastatina (RC + A) (n = 13), adição de 80 mg de atorvastatina diariamente à dieta CR. Amostras de sangue foram coletadas antes e 60 dias após o início das intervenções para análise do perfil lipídico e para avaliar a funcionalidade antiaterogênica da HDL pela transferência de colesterol para o HDL realizado in vitro, utilizando uma nanoemulsão artificial como doadora dos lípides.

Resultados: Redução do índice de massa corporal em ambos os grupos (p <0,01). No grupo RC, observou-se uma tendência na redução do colesterol total de 229 ± 55 para 207 ± 59 mg / dL (p = 0,07), LDL-C de 143 ± 40 para 129 ± 49 mg / dL (p = 0,07) e HDL-C 56 ± 13 a 53 ± 14 mg / dL (p = 0,07). A Apo B e a apo A-I reduziram, respectivamente, de 1,20 ± 0,35 a 1,05 ± 0,36 g / L (p = 0,01) e 1,59 ± 0,32 a 1,43 ± 0,28 g / L (p = 0,01). No grupo CR + A, observamos redução do colesterol total de 253 ± 97 para 169 ± 47 mg / dL (p <0,01), LDL-C de 147 ± 57 para 97 ± 39 mg / dL (p <0,01), e apo B de 1,26 ± 0,39 a 0,85 ± 0,22 g / L (p <0,01). HDL-C e apo A-I não foram alterados. No grupo RC, as transferências de colesterol não esterificado e esterificado para HDL não foram alteradas. No grupo CR + A, a transferência de colesterol não esterificado para HDL aumentou quase 10%, de 3,4 ± 0,6% para 3,7 ± 0,7% (p = 0,03), mas não houve nenhuma alteração na transferência de colesterol esterificado.

Conclusão: O tratamento com CR e atorvastatina não foi apenas benéfico por reduzir os níveis de LDL-C, mas também pelo aumento da transferência de colesterol não esterificado para a fração HDL, um mecanismo antiaterogênico independente, que pode ser importante no tratamento de mulheres com DAC precoce.

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