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Vitamina K3 restaura a atividade MGP, um inibidor da calcificação vascular, em segmentos arteriais de pacientes diabéticos submetidos a amputação de membro inferior

Eduardo Varejão Díaz Placencia, Luciana Pescatore Alves, Melissa R. Fessel, Elisangela Farias-Silva, Marcel Liberman
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: Estudos epidemiológicos demonstraram que a calcificação vascular (CV) aumenta o risco de amputações em pacientes com doença arterial periférica (DAP). O diabetes melitus (DM) acelera a progressão da CV, devido a maior ativação de vias de sinalização osteocondrogênicas como BMP-2, MSX2 e RUNX2, fatores de transcrição que promovem a desdiferenciação de células musculares lisas vasculares em células osteogênicas. Por outro lado, a proteína glutâmica de matriz (MGP), cuja atividade é dependente da Vitamina K, que promove a carboxilação da MGP e tem importante papel inibitório na progressão da CV. Estudos clínicos demonstraram que a MGP desfosforilada e não carboxilada (disfuncionante) promove maior CV. Ainda, o acúmulo de prelamina A no núcleo celular, um marcador de envelhecimento poderia ser um mecanismo envolvido na progressão da CV associado à idade. Nosso objetivo foi avaliar vias de sinalização, assim como a expressão e aspectos funcionais da MGP que poderiam acelerar a CV em amostras de indivíduos amputados (membro inferior) com e sem DM. Métodos: Coletamos segmentos arteriais de pacientes com DAP amputados após consentimento livre e esclarecido, divididos em 3 grupos: pacientes amputados por etiologia não vascular (CTRL, n=7), por DAP (DAP, n=8) e por DAP e DM (DAP+DM, n=15). Demonstramos resultados através de Média±Desvio padrão da média, considerando estatisticamente significante se p<0,05 (ANOVA). Resultados: A CV foi maior nos indivíduos DAP+DM versus DAP e CTRL (46,6±11,8, 26,3±5,85 e 0,08±0,16 respectivamente). Coincidentemente, a expressão de MGP, RUNX2, MSX2 aumentou nos pacientes DAP+DM e DAP vs. CTRL, sem diferença estatística entre DAP+DM e DAP. De maneira interessante, a atividade metaloproteinase in situ foi intensamente inibida por Vitamina K3 in vitro no grupo DAP+DM, o que evidencia indiretamente a atividade disfuncionante da MGP em pacientes amputados com DM. Observamos que a expressão de lamina A (forma madura da prelamina A) está diminuída em ambos os grupos DAP e DAP+DM, possivelmente por maior acúmulo de prelamina A. Conclusão: Pacientes DAP e DAP+DM apresentaram CV aumentada em comparação com indivíduos sem DAP. Em paralelo, houve aumento da expressão de proteínas osteocondrogênicas na parede vascular, assim como da MGP, um inibidor da CV. A recuperação da atividade MGP por Vitamina K3 foi maior nos pacientes com DM, o que fortalece a hipótese da existência de MGP disfuncionante em diabéticos e implica na necessidade de estudos in vivo com drogas que possam aumentar atividade MGP e atenuar a progressão da CV.

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