Introdução: Pacientes com IC cursam com diversos sintomas que, frequentemente culmina na redução da capacidade funcional e piora da qualidade de vida (QV). Neste sentido, a avaliação funcional destes pacientes é fundamental. Na pratica clínica a classificação da New York Heart Association (NYHA) é amplamente utilizado, porém o uso de questionários como o Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ) e a aplicação de testes funcionais tem ganhado cada vez mais espaço, principalmente o Teste do Degrau de Seis Minutos (TD6), já que esse fornece uma melhor avaliação da capacidade funcional desses pacientes. Objetivo: Verificar se a classe funcional do NYHA, e a pontuação obtida no MLHFQ estão associadas ao desempenho obtido no TD6. Métodos: Estudo observacional de caráter transversal. Foram excluídos indivíduos com diagnóstico de outras doenças cardiorrespiratórias limitantes ao exercício, ou doenças osteomusculares incapacitantes. Todos os indivíduos avaliados fizeram uma ecocardiografia para confirmação do diagnóstico de IC e passaram por uma avaliação clínica onde foram classificados em 3 grupos: Grupo NYHA-1, Grupo NYHA-2, Grupo NYHA-3. Em uma segunda visita, os voluntários realizaram um TD6, em um degrau único com 20 cm de altura no qual foram contabilizados os ciclos de subida e descida (CSD) durante um período de seis minutos. Para análise estatística foi utilizado o teste de ANOVA One Way. A relação entre a classificação funcional avaliada pela NYHA, qualidade de vida e sintomas avaliados através do MLHFQ e o desempenhos no TD6, foi verificada utilizando a Correlação de Spearman. Valores foram considerados significativos quando p≤ 0,05. Resultados: 35 indivíduos foram incluídos no estudo, 15 foram classificados como NYHA-1, 10 pacientes avaliados como NYHA-2 e 10 como NYHA-3. Diferenças significativas foram encontradas entre o grupo NYHA-1 e NYHA-3 quando comparamos o desempenho avaliado pelo CSD (119±23 e 73±29; P<0,05, respectivamente) e a qualidade de vida avaliada através do questionário MLHFQ (20±22 e 52±21; P<0,05, respectivamente). Encontramos correlações moderadas entre a NYHA e MLHFQ(r: 0,52 p:0,001)e entre o NYHA e o CSD(r: 0,65 p:0,0001). Conclusão: O Desempenho do TD6 avaliado através dos CSD mostrou-se compatível com a classificação da NYHA, e a qualidade de vida e sintomas pelo MLHFQ. Na impossibilidade da realização de um teste funcional podemos utilizar a classificação da NYHA e o MLHFQcomo auxiliares na avaliação funcional desses pacientes.
Suporte financeiro: FAPESP 2015/26501-1 e 2019/09789-2