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Impacto do Tratamento da Apneia Obstrutiva do Sono em Pacientes com Síndrome Metabólica: Um Estudo Randomizado e Controlado

Sara Q. C. Giampá, Lunara S. Freitas, Sofia F. Furlan, Thiago A. Macedo, Adriana Lebkuchen, Franco C. Martins, Luiz A. Bortolotto, Geraldo Lorenzi-Filho, Luciano F. Drager
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, Grupo Fleury - São Paulo - SP - Brasil, HOSPITAL DAS CLÍNICAS - FMUSP - SÃO PAULO - SP - Brasil

Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é comum em pacientes com síndrome metabólica (SM). Evidências apontam que a reversão da SM está significativamente associada à diminuição do risco cardiovascular, mas não existe evidência de que o tratamento da AOS per se pode reverter a SM independente de outros tratamentos. 

Métodos: Neste estudo randomizado e controlado, recrutamos pacientes com diagnóstico confirmado de SM (NCEP III) e AOS moderada a grave (índice de apneia-hipopneia, IAH, ≥15 eventos/h) para serem submetidos a 6 meses de tratamento com a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) ou dilatador nasal (grupo placebo). Todos os pacientes eram sedentários, não fumantes e não usavam medicamentos. Antes e após cada intervenção realizamos medidas antropométricas, pressão arterial, glicemia de jejum, perfil lipídico, composição corporal por bioimpedância, gordura visceral (tomografia computadorizada) bem como avaliação de atividade física (International Physical Activity Questionnaire) e ingestão alimentar (Food Frequency Questionnaire). O desfecho primário foi a taxa de reversão da SM. O impacto do CPAP em cada critério de SM, composição corporal, gordura visceral, atividade física e ingestão alimentar constituíram os desfechos secundários. 

Resultados: Seguindo o princípio de intenção de tratar, 100 pacientes (n=50 em cada grupo) foram randomizados (79% homens; idade: 48±9 anos; índice de massa corporal, IMC: 33±4 kg/m²; IAH: 58±29 eventos/h). A adesão média ao CPAP foi de 5,5±1,5 h/noite. Em comparação com o placebo, 6 meses de CPAP promoveu uma taxa significativa de reversibilidade da SM (4% vs. 18%; OR: 5,27; IC 95% 1,27 - 35,86; P=0,04). A diferença média dos componentes da SM foi de 0,02±0,80 no grupo placebo e -0,42±0,95 no grupo CPAP; P=0,01). Esse resultado foi impulsionado principalmente pela melhora no critério da pressão arterial. O CPAP promoveu diminuição significativa da pressão arterial sistólica (placebo: -2±11mmHg; CPAP: -7±12mmHg, P=0,03) e diastólica (placebo: -1±8mmHg; CPAP: -5±8mmHg, P=0,01). Não foram observadas alterações significativas entre os grupos quanto ao IMC, composição corporal, gordura visceral, ingestão alimentar e nível de atividade física. 

Conclusões: Em pacientes com SM e AOS, 6 meses de tratamento com CPAP foi capaz de promover um aumento de 5 vezes na chance de reverter a SM, principalmente devido ao componente hemodinâmico. Estes dados reforçam a importância do reconhecimento e tratamento da AOS em condições de risco cardiovascular aumentado, tais como observado na SM.

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