SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Avaliação da métrica de atendimento e das características clínicas de mulheres com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST

Terencio, AS, Veloso PM, Melo ES, Moritz MA, Gioia LN, Sousa JMA, Moraes PIM, Gonçalves Jr I, Barbosa AHP, Caixeta AM
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: A despeito de piores desfechos cardiovasculares, incluindo maior mortalidade, reportados em mulheres com infarto agudo do miocárdio, é incerto se essas diferenças podem ser explicadas por um perfil de risco discordante entre gêneros.

Objetivo: Comparar dados clínicos e de métrica de atendimento entre mulheres e homens com diagnóstico de IAM com supradesnivelamento de segmento ST (IAMCSST).

Métodos: Foram analisados 2723 pacientes consecutivos, dos quais 29,8% (811) eram mulheres, de uma rede municipal para tratamento de IAMCSST, atendidos de março-2010 a dezembro-2019 em hospitais primários e transferidos ao centro terciário para realização sistemática de cateterismo cardíaco (estratégia fármaco-invasiva). Variáveis categóricas foram comparadas pelo teste qui-quadrado e as numéricas expressas em mediana e intervalo interquartil e comparadas pelo teste Mann-Whitney. Um modelo de regressão logística foi elaborado para determinar se sexo feminino foi preditor independente de mortalidade.

Resultados: Em comparação aos homens, as mulheres apresentaram maior idade (60 [53-69] x 56 [49-63] anos; p<0,01), maior frequência de hipertensão arterial (68,9% x 56,5%; p<0,01), diabetes (36,6% x 28,3%; p<0,01), hipotireoidismo (12,0% x 3,3%; p<0,01), clearance de creatinina < 60 mL/min (24,7% x 15,4%; p<0,01) e maior LDL-colesterol basal (128 [107-160] x 124 [100-154] mg/dL; p=0,03). Foram mais frequentes em homens tabagismo (65,2% x 58,2%; p<0,01) e etilismo (16,1% x 3,1%; p<0,01). As mulheres apresentaram tempos mais prolongados de procura ao atendimento – tempo dor-hospital (120 [60-240] x 115 [60-210] minutos; p=0,02) e um maior tempo dor-agulha (69 [42-120] x 72 [49-120] minutos; p=0,03). Não houve diferença entre gêneros em relação à necessidade de angioplastia de resgate, tempo entre fibrinolítico ao cateterismo e dias de internação. As mulheres apresentaram maior mortalidade hospitalar (8,0% x 4,8%; p<0,01). Porém, após ajuste no modelo de regressão multivariada, o sexo feminino não constituiu preditor independente de óbito (odds ratio 1,17 IC 95% 0,69-1,80).

Conclusão: Após ajuste para variáveis de risco, sexo feminino não foi relacionado a maior mortalidade hospitalar em pacientes com IAMCSST submetidos à estratégia fármaco-invasiva. Porém, mulheres apresentaram um perfil de risco cardiovascular mais elevado e com piores métricas de atendimento, incluindo maior atraso para tomada de terapia de reperfusão.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo