SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Vasoespasmo de tronco de coronária esquerda com morte súbita abortada

Souza JG, Lima VM, Cury RBB, Dalfiôr DS, Marques MM, Coelho GM, Esmeraldino LB, Gonçalves FL, Sousa JMA, Barbosa AHP
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: A angina vasoespástica, descrita primeiramente por Prinzmetal, é causada pela vasoconstricção das coronárias epicárdicas, resultando em isquemia miocárdica transitória. Afeta principalmente pessoas mais jovens e do sexo feminino, apresentando causa multifatorial. 

Caso: Paciente, 43 anos, feminino, hipertensa e tabagista, apresentando quadro de dor torácica tipo angina há quatro meses, tendo um evento de morte súbita abortada na vigência do episódio anginoso. Em investigação invasiva com cateterismo cardíaco foi reproduzido vasoespasmo coronariano, mais importante em TCE, com placa aterosclerótica não obstrutiva com 30% de estenose associada. Durante um episódio de angina foi evidenciado no ecocardiograma alterações de contratilidade segmentar de ventrículo esquerdo em parede anterior e lateral, e queda da fração de ejeção (37% pelo método de Simpson), e no eletrocardiograma elevação do segmento ST na derivação aVR e infradesnivelamento em derivações da parede ântero-lateral e inferior. Em vigência dessas alterações, a paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória em fibrilação ventricular (imagem 1), revertida com desfibrilação cardíaca. Após estabilização clínica, houve reversão das alterações ecocardiográficas e do eletrocardiograma. Foi iniciado tratamento clínico com bloqueador de canal de cálcio e nitrato e apesar de otimização progressiva guiada pela tolerância da paciente, a mesma recorreu angina associada a alterações eletrocardiográficas  (imagens 2). Dessa forma, foi optado por um novo cateterismo cardíaco (imagem 3 e 4) e investigação adicional da lesão em TCE com ultrassom intracoronariano (USIC). Ao USIC a lesão apresentava área luminal menor que 6mm² (imagem 5 e 6), sendo então indicado o tratamento com angioplastia percutânea. Paciente recebeu alta assintomática, sem alterações eletrocardiográficas ao Holter. 

Discussão: A angina vasoespástica está entre as causas de síndrome coronariana aguda. O tratamento deve ser baseado na associação de tratamento medicamentoso à mudança nos hábitos vida. Entretando, cerca de 10 a 20% são considerados refratários, podendo-se indicar opções não farmacológicas, ainda sem muitas evidências, como o tratamento de revascularização miocárdica percutâneo ou cirúrgico.

Conclusão: A angina vasoespástica pode ter desfechos graves, merecendo atenção para seu diagnóstico e correto manejo. Ainda existem poucas evidencias da eficácia, além da terapia medicamentosa, da aplicação desses métodos não farmacológicos, demonstrando a necessidade de mais estudos sobre o assunto.

 

 

 

 

 

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo