Introdução: A hipertensão arterial (HA) é a doença crônica não transmissível mais predominante em adultos, tendo uma alta prevalência inclusive na população idosa. Segundo a 7ª Diretriz de HA, os idosos devem receber atenção individualizada quanto às metas e valores pressóricos a serem atingidos, para que se estabeleça uma adequada terapia farmacológica. Objetivo: Caracterizar idosos atendidos em campanha de saúde segundo o perfil pressórico no momento da aferição e a terapêutica farmacológica referida. Método: Estudo transversal, quantitativo, com amostra por conveniência, composta por idosos de uma campanha sobre envelhecimento saudável, realizada em hospital público de São Paulo em 2019. Foram coletados valores da PA aferida in locu e informações referentes à terapia farmacológica utilizada. Resultados: Foram atendidos 65 idosos, dos quais 16 referiram não ter HA e não utilizar medicamentos anti-hipertensivos, sendo que oito estavam com a PA acima do valor considerado normal, com destaque para um indivíduo de 60 anos que apresentava PA de 187X96mmHg e quatro indivíduos com valor médio de 147x82mmHg. Da amostra, 49 referiram tratamento para HA, entretanto um deles desconhecia o diagnóstico, mesmo utilizando duas classes medicamentosas; 10 apresentavam PA controlada, em uso de duas classes farmacológicas em média. Com base nas médias obtidas, os indivíduos que referiram aderir ao tratamento para HA apresentaram maiores valores de PA no momento da campanha. Dois deles chegaram a valores que os classificariam como HA estágio 3, os quais faziam uso de, no máximo, duas classes farmacológicas.
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Tabela 1: Panorama da terapêutica farmacológica e pressão arterial de idosos atendidos em campanha de saúde. São Paulo/SP, 2019.
PAS: pressão arterial sistólica; PAD Pressão arterial diastólica; DP: desvio padrão.
Conclusão: Os idosos atendidos na campanha apresentaram, em geral, valores elevados de PA, mesmo os autodeclarados hipertensos e em uso de medicamentos anti-hipertensivos. Diante disso, a identificação de lacunas no tratamento, o acompanhamento dos idosos e o estabelecimento de metas individualizadas, considerando os fatores que podem interferir no diagnóstico e tratamento, são ações imprescindíveis para adequada otimização terapêutica e manejo dessa condição.