Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) caracterizada por sintomas respiratórios e persistente limitação ao fluxo aéreo, devido as alterações estruturais causadas por exposição a partículas ou gases nocivos inalados. A DPOC está entre as principais causas de morte e de incapacidade física no mundo, afetando inicialmente os pulmões e evoluindo com alterações sistêmicas e presença de comorbidades em 96% dos casos. Entre as comorbidades, as doenças cardiovasculares se destacam, pois contribuem para a retenção hídrica e alteração da composição corporal podendo refletir na capacidade de exercício, qualidade de vida e mortalidade dessa população. Objetivo: Investigar a relação entre o acúmulo de água corporal e desempenho físico em pacientes DPOC com Fração de Ejeção (FE) preservada. Métodos: Estudo transversal, prospectivo, com amostragem de conveniência, composto por pacientes DPOC com FE preservada pelo ecocardiograma e excluídos aqueles com arritmias cardíacas, déficit cognitivo e desordens musculoesqueléticas e nervosas. Os pacientes foram submetidos a avaliação clínica, composição corporal por bioimpedância elétrica (Biodynamics®, Brasil) e desempenho físico pelo Teste do Degrau de Seis Minutos (TD6m). Para o TD6m utilizou-se um degrau de 20 cm de altura, sobre um tapete de borracha antiderrapante, e os pacientes foram orientados a subir e descer o maior número de degraus durante 6 minutos, com cadência livre. As variáveis [idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), número de degraus e as porcentagens de água intracelular e extracelular] foram analisadas por meio do teste de correlação de Pearson no programa SPSS versão 25.0 e considerou-se significativo p=0,05. Resultados: Foram avaliados 12 pacientes DPOC (idade de 67,5±7,1 anos) com FE preservada média de 67±7,0 %, IMC de 27,2±6,7 kg/m2 e predominância do sexo masculino (n=10). A porcentagem média de água extracelular foi de 46,9±2,9 % e de água intracelular, 53,0±2,9 %. O número de degraus subidos durante o teste foi em média 83,0±21,0 degraus. Encontramos correlação moderada negativa entre a água extracelular e o número de degraus no TD6m (r=-0,578; p=0,049) e correlação moderada positiva entre a água intracelular e o número de degraus no TD6m (r=0,578; p=0,049). Conclusão: Pacientes DPOC com FE preservada que apresentaram um melhor desempenho físico frente ao TD6m, possuem menor % de água extracelular e maior % de água intracelular. A melhor capacidade funcional pareceu estar diretamente associada à composição corporal quanto às suas % de água extracelular e intracelular.