Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) tem origem multifatorial e cursa com alterações pulmonares e sistêmicas que refletem em redução da capacidade funcional. Comorbidades como distúrbios do sono (insônia, síndrome das pernas inquietas e apneia obstrutiva do sono) são comuns em pacientes DPOC podem estar associados com maior gravidade da doença, exacerbações mais frequentes, maior utilização de cuidados de saúde de emergência e maior mortalidade. Objetivo: Investigar a relação entre a qualidade do sono de pacientes com DPOC, capacidade funcional estimada e qualidade de vida. Métodos: Estudo transversal, com amostragem de conveniência que incluiu pacientes com DPOC do Programa de Reabilitação Pulmonar do Hospital Santa Cruz, de ambos os sexos. Foram excluídos aqueles com déficit motor, neurológico e portadores de arritmias cardíacas. Variáveis analisadas: antropométricas (idade, sexo, peso, altura, índice de massa corporal - IMC,); função e força muscular respiratória (espirometria e manovacuometria); capacidade funcional estimada questionário Duke Activity Status Index (consumo estimado de oxigênio - VO2)]; qualidade do sono (Questionário de Pittsburgh) e qualidade de vida (Questionário Respiratório de Saint George). Após avaliação, os pacientes foram estratificados conforme resultado do Questionário de Pittsburgh em 2 grupos: Boa qualidade do sono (BQS, n=15) e Ruim qualidade do sono (RQS, n=8). Para análise estatística usou-se o programa SPSS versão 23.0 e considerou-se significativo p=0,05. Resultados: Foram avaliados 23 pacientes com DPOC. Não observamos diferença entre os grupos em relação a idade (BQS=67,7±9,0 vs RQS=62,5±6,8anos, p=0,181), IMC (BQS=26,9±5,8 vs RQS=30,1±6,2Kg/m², p=0,199), presença de fraqueza muscular inspiratória (BQS=66,7% vs RQS=62,5%, p=0,842), estadiamento da DPOC (valores p=0,062). Observamos maiores valores de VO2 estimado nos pacientes com boa qualidade de sono [BQS=23,4(0–31,4); RQS=19,6(12,6–21,9) mL.kg-1.min-1, p=0,014] e na qualidade de vida domínio atividades [BQS=68,0(5,9-93,4); RQS=80,7(60,3–86,7)%, p=0,024]. Conclusão: Pacientes DPOC com boa qualidade de sono apresentam maior VO2 estimado e melhor domínio das atividades na sua qualidade de vida quando comparado aos pacientes com ruim qualidade de sono.
