A Fibrilação Atrial (FA) é um subtipo de arritmia cardíaca muito comum, com prevalência de 0,4% na população geral, caracterizada pela desorganização dos batimentos cardíacos. A FA é considerada a condição clínica com maior índice para a ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC).
Normalmente pacientes com FA, fazem uso de anticoagulante para inibir a formação de coágulos e consequentemente de trombos, sendo a VARFARINA a mais utilizada.
O objetivo deste relato de caso, é sobre a abordagem de pacientes que façam o uso de anticoagulante, e manejo de suas complicações.
Paciente F. J., masculino, 28 anos, branco, foi encaminhado para avaliação odontológica. Apresentava fibrilação atrial persistente, em uso de anticoagulante oral, varfarina sódica. Ao exame clínico, paciente apresentava 3º molar semi-incluso do lado esquerdo, com indicação de exodontia. Solicitado exames laboratoriais. O tratamento realizado foi extração dentária, com INR de 2,89. Após 48 horas, paciente retornou com sangramento intenso e contínuo e trismo mandibular. Foi realizado curetagem do coagulo mal formado e medidas hemostáticas locais. Com sete dias de pós-operatório não apresentava sinais e sintomas flogisticos, sangramento, edema ou dor.
Sugere-se que a intervenção odontológica em pacientes com FA em uso de anticoagulante oral, possam ser realizadas sem a interrupção do mesmo desde que, o cirurgião dentista tenha informações suficientes para planejar uma abordagem odontológica segura, importante na diminuição do risco de tromboembolismo, episódios hemorrágicos e internações hospitalares.
